Na tarde de quarta feira (09) de setembro, os vereadores participaram da abertura da 8ª Exposição da Casa da Memória. Representaram a Câmara , o Presidente Adilson Abrucêz e os Vereadores Ângelo Roberto Torres (Neguita), Gerson Antônio (Gerson do Gás), Rita Bergamasco.
Na tarde de quarta feira (09) de setembro, os vereadores participaram da abertura da 8ª Exposição da Casa da Memória. Representaram a Câmara , o Presidente Adilson Abrucêz e os Vereadores Ângelo Roberto Torres (Neguita), Gerson Antônio (Gerson do Gás), Rita Bergamasco. O evento foi realizado no Teatro Municipal Dona Zenaide e em seguida, o desenlace da fita inaugural na Pracinha Padre Gomes. No teatro , as crianças musicistas do Projeto Guri abrilhantaram a festa.
A exposição intitulada “A infância no Jaguari” faz parte das comemorações do aniversário da cidade, que no próximo sábado (12) completa 61 anos de emancipação-política e foi organizada pelo Diretor do Departamento de Patrimônio histórico e Coordenador da Casa da Memória Padre Gomes , Tomaz de Aquino Pires e a Chefe de Divisão do Departamento,Josi Rosana Panini. Além dos vereadores estavam presentes representantes de várias famílias tradicionais de Jaguariúna, o Prefeito Tarcísio Chiavegato , a Vice-Prefeita, Dr. Dora Zanin e o Secretário Municipal de Turismo e Cultura, Fernando Husch Pereira.
A INFÂNCIA NO JAGUARY
Oh! Que saudade que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha Infância querida
Que os anos não trazem mais!
Casimiro de Abreu ,“Meus Oito Anos”
A Infância torna-se fonte de doces lembranças e saudade, porque o Passado é uma dimensão permanente da consciência humana. (Erick Robsbauwn). A estrela de papelão coberta com retalhos ,o cavalinho de pau e a espingardinha de taquara… Os currais e mangueirões feitos nos quintais com lascas de bambu. Bois feitos de frutos verdes e palitos de fósforo. As criançasvoavam como pássaros pela criação divina com segurança plena, num mundo tranquilo. Brincavam de pega-pega, subiam nas mangueiras e deliciavam-se com seus frutos. Balançavam no topo das goiabeiras como um navio em alto mar. De calças curtas com suspensórios, os meninos jogavam bola nos campinhos, nos terreiros e nas ruas. Dedos sangravam. As bolas eram de meia, ou de borracha, raras vezes de capotão. Bolinha de gude onde havia terra. Com bons ventos empinavam-se pipas. Desenrolavam com força o cordel dos piões que roncavam, dormindo. Faziam toda sorte de estrepolias com seus estilingues. Muitos, em bandos, nadavam, às escondidas, nas Ilhas do Vianna, no Berlim, atravessando o Rio Jaguari, ou no Jatobazeiro, tanques lagoas ou córregos. Houve época dos carrinhos de rolemãs. Assim como de imitar os filmes do Velho Oeste Americano. Arcos e flechas representavam os índios, com suas cavernas, nos quintais. Andava-se de perna de pau, rodavam pneus velhos pela vila. Balança-caixão. As meninas brincavam de casinha e cozinhavam para suas bonecas, em seus carrinhos. Eram de louça ou de pano, costuradas em casa, cheias de algodão ou de paina com rosto bordado ou pintado. Outras vezes, a boneca era de sabugo cujos cabelos vinham do milho. As meninas pulavam “Amarelinha,” nas calçadas. Brincavam de roda. Dançavam e cantavam também no pátio escolar. Estavam sempre calçadas e bem vestidas com laços de fita na cabeça. Havia jogo de pedrinhas que exigia delas habilidade com a palma da mão. Lencinho no chão. Passar anel por entre as mãos de meninos e de meninas era uma gostosa brincadeira de adivinhação. Deitados no chão cada um encontrava desenhos que as nuvens formavam no céu. Teatros, cirquinhos. Muitos brinquedos eram construídos, em casa, pelos pais com muita criatividade. Assim brincavam e dialogavam com os pequenos. As mães contavam histórias ao pé da cama e ensinavam a rezar. Havia tempo para dialogar e olhar nos olhos. A Família participava ativamente da vida da criança no Lar, na Igreja, na Escola, na Comunidade. A criança exercitava-se fisicamente. Toda Jaguary era uma só Família.
Tomaz de Aquino Pires